grávida em trabalho de parto debruçada na bola de pilates e sendo apoiada por médica obstetra

Expulsivo prolongado e desfechos neonatais

Uma das preocupações relativamente ao parto prolongado é o bem-estar do bebé (também nos preocupa a morbilidade materna, mas esse assunto fica para outro dia).

Acreditava-se que uma maior duração do período expulsivo estava associada a piores desfechos neonatais, ou seja, os bebés não nascerem saudáveis.

Contudo, estudos realizados na era da monitorização fetal eletrónica não mostram uma associação entre os desfechos neonatais adversos e a duração do período expulsivo. Em alguns, as grávidas chegaram a ficar mais de 5 horas em período expulsivo sem prejudicar a segurança do parto.

É por isso que a ACOG, no seu consenso sobre prevenção em segurança da primeira cesariana, refere que deve permitir-se pelo menos 2 horas de esforços expulsivos em grávidas com partos vaginais anteriores e pelo menos 3 horas de expulsivo em grávidas no seu primeiro parto. Mas que durações mais longas podem ser apropriadas se, por exemplo, estiver a usar-se epidural ou o bebé estiver mal posicionado, desde que esteja a existir progressão no parto (e a monitorização fetal e materna estejam tranquilizadoras).

Não é possível definir um limite de tempo a partir do qual todas as grávidas tenham que ser submetidas a um parto instrumentado ou cesariana.

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Referências:

American College of Obstetricians and Gynecologists (College); Society for Maternal-Fetal Medicine, Caughey AB, Cahill AG, Guise JM, Rouse DJ. Safe prevention of the primary cesarean delivery. Am J Obstet Gynecol. 2014;210(3):179-193. doi:10.1016/j.ajog.2014.01.026

Piper JM, Bolling DR, Newton ER. The second stage of labor: factors influencing duration. Am J Obstet Gynecol. 1991;165(4 Pt 1):976-979. doi:10.1016/0002-9378(91)90452-w

Rouse DJ, Weiner SJ, Bloom SL, et al. Second-stage labor duration in nulliparous women: relationship to maternal and perinatal outcomes. Am J Obstet Gynecol. 2009;201(4):357.e1-357.e3577. doi:10.1016/j.ajog.2009.08.003

Le Ray C, Audibert F, Goffinet F, Fraser W. When to stop pushing: effects of duration of second-stage expulsion efforts on maternal and neonatal outcomes in nulliparous women with epidural analgesia. Am J Obstet Gynecol. 2009;201(4):361.e1-361.e3617. doi:10.1016/j.ajog.2009.08.002

Cheng YW, Hopkins LM, Caughey AB. How long is too long: Does a prolonged second stage of labor in nulliparous women affect maternal and neonatal outcomes?. Am J Obstet Gynecol. 2004;191(3):933-938. doi:10.1016/j.ajog.2004.05.044

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