Existem intercorrências da gravidez cuja conduta mais adequada é a indução do trabalho de parto.
Quando isso acontece numa primeira gravidez antes das 39 semanas (e realmente se tem como intenção evitar uma cesariana) há sempre o receio que o colo do útero não responda aos métodos de indução por estar ainda “pouco maduro”.
Na minha opinião, o mais importante é a gestão de expectativas de quanto tempo se vai demorar a entrar em trabalho de parto. Induzir o trabalho de parto num colo que ainda não está nada encurtado nem dilatado leva o seu tempo.
Neste caso começámos com um descolamento de membranas uns dias antes do que concordámos ser o limite para a indução.
Depois, no dia marcado, utilizou-se um balão de foley, que não teve grande sucesso e foi retirado após 12horas.
Seguidamente colocámos uma tirinha na vagina que ia libertando prostaglandinas e que também foi retirada após 12 horas. Mas, neste caso, o colo já tinha evoluído um pouco.
Seguiu-se mais um período de 12 horas com ocitocina endovenosa até, finalmente, entrar em trabalho de parto (que depois evoluiu super rápido) e conseguirmos o desejado parto eutócico (em que apenas amparei a “queda” do bebé).
Ou seja, foram cerca de 54 horas desde a colocação do balão até ao bebé ficar em contacto pele a pele.
A reter: não é obrigatório declarar uma falha de indução após apenas meia dúzia de horas de medicação se o bebé e a mãe estiverem bem.
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