grávida em trabalho de parto debruçada na bola de pilates e sendo apoiada por médica obstetra

Ficar de repouso na gravidez

Todas nós conhecemos alguém que “teve que” ficar de repouso na gravidez. Deitada o dia todo, da cama para o sofá, do sofá para a cama, quase com medo de se mexer a respirar.

É uma recomendação feita em vários cenários… Mas será que há evidência a suportá-la? Será que não tem desvantagens? 🧐

Um dos principais motivos para se recomendar este repouso é o risco de parto prematuro. Mas, não há evidência que o repouso diminua o risco de parto prematuro, mesmo na existência de colo do útero curto. Aliás, um estudo até mostra que em pessoas grávidas com colo curto, ficar de repouso pode aumentar a probabilidade de parto prematuro. (1)

Outro motivo é a ameaça de aborto e, novamente, não há evidência que ficar de repouso quando há hemorragia do primeiro trimestre diminua a probabilidade de perda gestacional. (2)

Por outro lado, passar o dia na cama/sofá está associado a aumento do risco de eventos tromboembólicos, aka tromboses, (3) e descondicionamento físico (4) além de efeitos negativos psicossociais.

Por vezes, quando “não há nada mais a fazer” a vontade de “fazer alguma coisa” é enorme… e “ficar quietinha à espera que passe” pode parecer uma boa solução. Mas esta recomendação para ficar de repouso dias a fio não deve ser feita, nem aceite, de ânimo leve. Não são comuns as situações que realmente beneficiam desta limitação acentuada da atividade física.

🗣️ Vê os comentários, comenta e partilha o post correspondente no Instagram.

Referências:

(1) Grobman WA, Gilbert SA, Iams JD, et al. Activity restriction among women with a short cervix. Obstet Gynecol. 2013;121(6):1181-1186.

(2) Aleman A, Althabe F, Belizán J, Bergel E. Bed rest during pregnancy for preventing miscarriage. Cochrane Database Syst Rev. 2005;(2):CD003576. Published 2005 Apr 18.

(3) Kovacevich GJ, Gaich SA, Lavin JP, et al. The prevalence of thromboembolic events among women with extended bed rest prescribed as part of the treatment for premature labor or preterm premature rupture of membranes. Am J Obstet Gynecol. 2000;182(5):1089-1092.

(4) Convertino VA, Bloomfield SA, Greenleaf JE. An overview of the issues: physiological effects of bed rest and restricted physical activity. Med Sci Sports Exerc. 1997;29(2):187-190.

Espalha a mensagem:

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.