Todas nós conhecemos alguém que “teve que” ficar de repouso na gravidez. Deitada o dia todo, da cama para o sofá, do sofá para a cama, quase com medo de se mexer a respirar.
É uma recomendação feita em vários cenários… Mas será que há evidência a suportá-la? Será que não tem desvantagens? 🧐
Um dos principais motivos para se recomendar este repouso é o risco de parto prematuro. Mas, não há evidência que o repouso diminua o risco de parto prematuro, mesmo na existência de colo do útero curto. Aliás, um estudo até mostra que em pessoas grávidas com colo curto, ficar de repouso pode aumentar a probabilidade de parto prematuro. (1)
Outro motivo é a ameaça de aborto e, novamente, não há evidência que ficar de repouso quando há hemorragia do primeiro trimestre diminua a probabilidade de perda gestacional. (2)
Por outro lado, passar o dia na cama/sofá está associado a aumento do risco de eventos tromboembólicos, aka tromboses, (3) e descondicionamento físico (4) além de efeitos negativos psicossociais.
Por vezes, quando “não há nada mais a fazer” a vontade de “fazer alguma coisa” é enorme… e “ficar quietinha à espera que passe” pode parecer uma boa solução. Mas esta recomendação para ficar de repouso dias a fio não deve ser feita, nem aceite, de ânimo leve. Não são comuns as situações que realmente beneficiam desta limitação acentuada da atividade física.
🗣️ Vê os comentários, comenta e partilha o post correspondente no Instagram.
Referências: