Durante o parto é frequente encontrar-se uma ou mais voltas do cordão umbilical no pescoço, a chamada circular cervical.
Depois da saída da cabeça do bebé existem várias formas de abordar esta situação. Qual será a mais indicada?
Na maioria das vezes não é necessário fazer nada diferente e o resto do corpo simplesmente sai e desenrola-se o cordão depois do nascimento, como na imagem inicial (cujos créditos são @laurenanddouglas.birth) e neste vídeo:
Outras vezes, antes da expulsão do corpo do bebé, desfaz-se a circular, deslaçando-se o cordão que está à volta da cabeça e depois permitindo que o bebé termine de sair, como podes ver neste parto vaginal
e nesta cesariana.
Mas, por vezes, as voltas do cordão estão tão apertadas que é impossível desfazer a circular e também impossibilitam a saída fácil, a direito, do resto do corpo do bebé.
Surge assim a manobra de somersault, ou da cambalhota, em que se aproxima a cara do bebé do corpo da mãe e o bebé faz uma cambalhota a sair.
Apenas nos raros casos (não me lembro da última vez que o fiz…) em que esta manobra não seja eficaz, se deve clampar o cordão antes do bebé nascer.
E porque se deve evitar o clampeamento imediato nestas situações?
Já imaginaram o que acontece se cortarem o cordão e forem surpreendidos por uma distócia de ombros, ou seja, se os ombros do bebé estiverem “presos” e forem necessárias manobras adicionais (que levam o seu tempo) para que o bebé nasça?
Não nos podemos esquecer que, o corte do cordão leva à interrupção da oxigenação do sangue fetal pela placenta, sendo importante o bebé começar a respirar o quanto antes para receber oxigénio.
Se uma distócia de ombros já é um evento que, por si só, pode impactar o bem-estar fetal, resolvê-la com um cordão já cortado é algo que ninguém deseja.
E claro, além deste receio, que sem dúvida que é algo pouco provável de acontecer, não nos podemos esquecer das outras desvantagens do corte imediato do cordão umbilical, pela transferência de um menor volume de sangue da placenta para o bebé, que pode levar a anemia neonatal e uma maior dificuldade na adaptação à vida extrauterina.
Referências:
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