grávida em trabalho de parto debruçada na bola de pilates e sendo apoiada por médica obstetra

Clampeamento do cordão e a gravidade

A OMS recomenda o não clampeamento precoce do cordão umbilical, ou seja, aguardar pelo menos 1-3 minutos depois do parto como forma de diminuir no risco de anemia do bebé aos 6 meses.

Até já se fala em clampeamento fisiológico, ou seja, aguardar que o cordão pare de pulsar, o tempo que for preciso e só depois o cortar. A norma da DGS sobre acompanhamento do parto contempla esta opção.

Mas, depois do parto, frequentemente o bebé fica numa posição acima da placenta. Isto leva algumas pessoas a terem receio que o sangue do cordão flua no sentido inverso e saia do bebé em vez de entrar.

Ora… O que faz o sangue circular e o cordão pulsar são os batimentos cardíacos do bebé e estávamos tramados se essa circulação fosse assim tão influenciada pela força da gravidade. Instintivamente as mulheres pegam ao colo dos filhos depois de parir, ainda com o cordão ligado. Atrevo-me a dizer que sempre o fizeram… Além disso, ainda dentro da barriga, os bebés cuja placenta está na parte debaixo do útero (por exemplo, placenta prévia), sempre que a grávida está em pé, ficam acima da placenta.

Mas a ciência ajuda a tranquilizar os mais preocupados: existe um estudo que mostra que a localização do recém-nascido, acima ou abaixo do nível da placenta, não parece afectar significativamente o volume de transfusão de sangue da placenta para o bebé.

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Referências:

Vain NE, Satragno DS, Gorenstein AN, et al. Effect of gravity on volume of placental transfusion: a multicentre, randomised, non-inferiority trial. Lancet. 2014;384(9939):235-240

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